segunda-feira, 24 de maio de 2010

Rui Veloso: “Apesar de estar mais velho, gosto mais dos tempos de agora”

Aos 52 anos e a completar 30 de carreira, o músico actua hoje no Rock in Rio. Pretexto para rever a matéria dada.



- Rui Veloso, Maria Rita e Tony Garrido juntos no Rock In Rio. O que é que esta mistura vai dar?

- (risos) Boa pergunta! Não faço a mínima ideia, mas acho que vai correr bem (risos). Eu gosto muito da Maria Rita e como somos dois músicos que se mexem muito bem em várias áreas, acho que vai resultar.



- E quanto ao Tony Carrido?

- Com o Tony Garrido ainda vai ser menos complicado. É reggae! (risos)



- O que estão a preparar em concreto em termos de alinhamento?

- Já temos as coisas bem definidas, mas não interessa revelar muito. Posso dizer apenas que vamos começar com ‘Encontros e Despedidas' que é uma música muito bonita do Milton Nascimento. Pelo meio vou tocar muita guitarra e portanto vou estar em casa (risos).



- Este encontro é uma estreia para os três ou já tinham trabalhado juntos antes?

- Eu já tinha tocado com o Tony no Optimus Open Air e correu lindamente. Conheci-o aí pela primeira vez. Com a Maria Rita tive o fim-de-semana passado com ela em Madrid, fui ouvi-la cantar e estivemos um pouco á conversa. Com ela vai ser de facto uma estreia. Eu disse-lhe: "Olha eu não sei se vai resultar!" e ela respondeu-me logo. "Vai, vai. Vocês vai ver que vai ser muito bom".



- O Rui já passou por tudo o que é palco e já não é um tipo propriamente impressionável, mas esta marca Rock in Rio faz deste um espectáculo especial?

- Este é especial, porque vai originar um encontro inédito que provavelmente não se vai repetir. E claro que se não fosse o Rock in Rio, isto não aconteceria.



- O Rui comemora também este ano 30 anos de carreira. O que te recorda daquele famoso concerto no estádio do Restelo em 1980 na primeira parte dos Police?

- Lembro-me que estava cheio de medo (risos).



- Mas qual é a memória mais viva que guarda dessa noite?

- Acho que o mais engraçado para mim foi mesmo conhecer o Sting. Tinha estado com eles no dia anterior e isso marcou-me muito. Claro que tocar depois para aquela gente toda também foi muito especial. Como ainda tinha muito pouco reportório tive de tocar a ‘Rapariguinha do Shooping' e o ‘Chico Fininho' duas vezes. Lembro-me também que tivemos um problema à chegada. Não nos queriam pagar antes do concerto e eu recusei-me a tocar. Foi o irmão do Stuart Copeland que era o manager da banda na altura, que rompeu por ali dentro e disse ao tipo que nos devia pagar o cachet: "Meu caro amigo, ou estes senhores fazem a primeira parte ou os Police não actuam!" (risos).



- Lembra-se de quanto recebeu por esse concerto?

- Não foi muito. Foram quarenta contos, mas o fulano teve que nos pagar, a mim e à banda, em dinheiro vivo porque a malta só queria receber em notas (risos).



- A uma distância de 30 anos, como é que olha hoje para o ‘Ar de rock' (primeiro disco de Rui Veloso)?

- Acho-lhe piada. Tem músicas muito boas, mas era um disco muito ingénuo. Foram as primeiras músicas que eu e o Carlos Tê fizemos e por isso até acho que eram bastante boas. Agora, era um disco muito naif. Foi gravado quando nós não tínhamos experiências nenhuma de estúdio.



- Tem esse disco guardado num sitio especial?

- Não. Por acaso até é a minha mãe que tem esses discos guardados. Eu dava-os todos. Cada vez que ia alguém lá a casa, eu dava um disco. Depois ficava sem ele, à espera que me enviassem outro. E era sempre assim. A minha mãe é que tem uma série de LP's do ‘Ar de Rock' guardados.



- O Rui é muito saudosista em relação àquele período?

- Não. Nada! Gosto muito de mais dos tempos de agora, apesar de estar mais velho. É muito mais divertido. E agora estão muito mais ‘rico'. Tenho três filhos e na altura não tinha nenhum (risos).



- Como é que um jovem de 23 anos lidou com o sucesso e os prémios que recebeu logo?

- Ainda no outro dia fiquei em estado de choque quando comecei a fazer as contas e percebi que nessa altura tinha 23 anos (risos). Eu era um miúdo que não estava preparado para nada daquilo. Andei à nora.



- Mas lidou bem com o assédio da imprensa e a fama repentina?

- Completamente. Nunca liguei muito a isso. A minha vida sempre foi muito isto, gravar discos e fazer concertos. As vezes as pessoas são famosas não pelas razões que gostariam, mas no meu caso as pessoas reconhecem-me por causa do meu trabalho. E é isso que me faz andar ainda cá, 30 anos depois, incrivelmente.



- Hoje aos 52 anos o que ainda existe daquele rocker que em 1979 formou a banda sonora?

- Na verdade nunca fui muito rockeiro, fui mais blueseiro (risos). Claro que eu ouço muita coisa do chamado rock, mas para mim o rock é uma coisa muito vasta que vai desde o Bruce Springsteen ao Tom Petty. Eu tanto ouço coisas antigas como Led Zeppelin como de repente passo para uns Arcade Fire que gosto muito. Hoje é difícil encontrar boa música. Há muita cosia que é feita apenas para ganhar dinheiro, muita coisa plástica.



- Mas a idade mudou ou refinou os seus gostos musicais?

- Não. Eu tenho sempre um espírito de descoberta muito grande. Gosto sempre de andar à procura de coisas novas e que me inspirem. Sabes que um músico anda sempre a tirar ideias daqui e dacolá (risos). Faz parte. Roubar é que é chato. E actualmente parece que roubar é uma arte.



- Disse uma vez que gostava de acabar a sua carreira como guitarrista de uma banda. Essa vontade ainda existe?

- Por acaso até vou com o Tim ao Sudoeste fazer mais ou menos isso. Às vezes gosto da sensação de estar um bocadinho por detrás destas coisas. Eu até costuma dar o exemplo do David Guilmour que fez uma digressão com o Pete Townshend, em aparecia escondidinho lá atrás a tocar guitarra eléctrica.



- Este ano foi homenageado no Biography Channel. Foi estranho ver-se num documentário?

- Por acaso até achei muito bom. Reconheci-me muito ali. Estava muito bem feito. É normal que lá por fora se façam estas coisas.



- Os problemas de saúde estão afastados?

- Sim, está tudo definitivamente afastado. Já estou a comer e a beber bem (risos).



Fonte: Vidas

domingo, 23 de maio de 2010

Maria Rita se apresenta no "Rock in Rio Lisboa" neste sábado, 22.05.10

A capital de Portugal pôde se deliciar mais uma vez com o maravilhoso show da Cantora ;-D. Maria Rita fez dueto com Toni Garrido, e se apresentou também com Rui Veloso (segue foto). Com este show, ela encerra a temporada na Europa.

Foto: Paulo Amorim (G1)

Foto: Paulo Amorim (G1)



Foto Lisboa Cultural
Foto Lisboa Cultural



Show em Londres - 18/05

Cantora também se apresentou em Londres, capital da Inglaterra. Cantou, encantou. (Não é surpresa, né? rs). Vejam só que lindas as fotos e que belos vídeos:






















Show em Barcelona (Espanha) - 16/05.

E no domingo, 16/05 foi a vez de Barcelona ver de pertinho, e se encantar com o show de Maria Rita. Veja alguns vídeos:








Maria Rita - Show em Madrid (15/05)

No dia de 15 de maio, houve o primeiro show de Maria Rita na Europa. Recebida de braços abertos, a cantora começa o show. Cantou músicas dos três trabalhos, algumas inéditas e de projetos que participou. À vontade, com um vestido lindo, e maravilhosa como sempre. *-* Vejam as fotos e alguns vídeos:


Fotos por: @dehhborahh 



Fotos Site Oficial